Mesmo pagando o boleto do plano de saúde todo mês, os moradores do Grande ABC que precisam passar emconsulta com rapidez têm que desembolsar, no mínimo, R$ 120. Isso porque o agendamento com médicos especialistas demora até 90 dias. Entretanto, a espera cai para menos de sete dias quando o paciente paga pela consulta. Clínicas consultadas pela equipe do Diário também fazem distinção entre os planos de saúde. Neste caso, quem tem planos baratos espera mais. Em alguns casos, a diferença chega a 21 dias na agenda do mesmoprofissional. O tempo aumenta conforme a especialidade médica selecionada, mas ginecologistas, neurologistas e otorrinolaringologistas são os que têm menos horário nas agendas.
Para o especialista em saúde suplementar José Luiz Toro, o problema acontece por que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) fiscaliza apenas um lado da situação, o das operadoras. "Hoje, o órgão regulamenta só os planos de saúde, não a atividade médico-hospitalar. A ANS não tem competência legal para mudar a agenda do médico", explica. Sem qualquer norma para assegurar atendimentos rápidos, nem mesmo o Procon pode ajudar os consumidores. "Não temos qualquer poder de veto à agenda do médico, só se ficar provado que a demora aconteceu por preconceito, o que é praticamente inviável (de comprovar)", diz a diretora da instituição em Santo André, Ana Paula Satcheki.
Procuradas, as operadoras negaram qualquer cláusula contratual que especifique número de consultas mensais em uma rede credenciada e, caso o cliente enfrente a situação, deve notificar o grupo pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente).
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